segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Espontâneo 2


A maior vantagem de ser espontânea é que normalmete as pessoas não contam com isso. Vc ganha o fator surpresa a seu favor. As pessoas podem esperar mta coisa de vc: que vc seja educado, simpático, submisso, obediente, até gentil. Mas espontâneo?! É raro, muito raro.
Não sei se vc percebe, mas somos condicionados a quase tudo. Dizem-nos de estação em estação do que gostar, que roupa vestir, que cor combinar... Dizem-nos de quem podemos ou não gostar, quem nos é permitido amar, quem devemos repudiar. Com quem podemos ou não nos relacionar dependendo de nossa classe social. Dizem-nos onde comer, em que gastar o dinheiro que suamos para conseguir. O ser humano médio é condicionado e obediente, sem perceber, é limitado. É criado para seguir as tendências e agir conforme o senso geral.
Mas que gente chata! E se eu não gostar de feijão, não souber sambar e não tiver bunda em um país como o Brasil? E se eu quiser usar uma roupa brega e retrô?! E se eu mesma decidir de quem gosto ou não? Independente de cor, dinheiro, família, classe ou rótulo. Decidi então não mais agir como se esperava que eu agisse. Decidi fazer o que eu quiser fazer. Mesmo que surpreendente e inesperado. Pq vou me limitar a ser igual a todo mundo?! É claro que tudo que fazemos tem sua conseqüência, e disso não podemos esquecer. Mas cansei de ser quem esperam que eu seja. Vou gostar de vc se eu gostar, não vou fingir que gosto para te agradar. Vou usar roxo e verde se eu achar uma boa combinação, e não pq me disseram que está na moda. Vou rir quando achar graça, vou falar quando sentir vontade. Não vou mais me violentar para ser o que esperam de mim. O que sou supera qualquer expectativa. Espontânea, é meu plano.

Medo


Porque temos medo? Para que serve e de onde vem?
É mentiroso quem diz que nunca sentiu medo.
Não peço a Deus que me tire todo o medo. Ele é essencial. O medo protege. Mto útil é o medo de colocar a mão nas chamas, que evita que eu me queime. É nosso alerta natural, que nos previne dos perigos iminentes. O que peço e insisto em pedir é que o medo não me paralise. Como tudo na vida, há que se buscar o equilíbrio. Não adianta ter muito medo e não viver. Não adianta ter medo nenhum e morrer na primeira esquina.
Peço que eu tenha coragem o bastante para olhar meus receios, minhas dores e dificuldades de frente, encará-las, e superá-las.
Eu montei a cavalo por mtos anos, e com isso aprendi mta coisa. Aprendi que vc pode ter medo, mas nunca demonstrar isso ao bicho. Se vc quiser saltar um obstáculo a cavalo, só vai conseguir se olhar para frente, para além do obstáculo, com a postura certa e sem demonstrar receio. Pq caso contrário, o animal percebe e faz o que quiser de vc. Então, acho natural ter medo. Mas é preciso, como com os cavalos, ter coragem de encará-lo, e não olhar para o obstáculo em si, mas para o lugar em que vc vai estar depois de saltá-lo. Olhar adiante. Enxergar além.
Que o meu medo me preserve, mas que não me paralise.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Loucos e Santos

Esse não é meu, é batido, mas é genial.



"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril." - que não tenho a menor pretensão de alcançar.

Oscar Wilde

Desencantado



Que menina nunca sonhou com seu príncipe encantado? Qual delas nunca inventou a pessoa ideal? Algumas pessoas próximas me criticam por eu ser sonhadora demais. Dizem que eu exijo muito e espero algo que não existe.
Então resolvi esclarecer (apesar do público seleto de leitores hahaha) o que penso e o que espero.
Eu não quero um príncipe encantado, perfeitinho e indefectível. Aliás, não tem coisa mais chata que gente certinha demais.
Quero alguém com loucura nos olhos, aquela loucura fascinante e misteriosa que te faz ser capaz de largar tudo! Alguém que não se prenda mto a esteriótipos e classificações feitas. Quero alguém livre, não só no estado civil, mas de espírito! Quero alguém de caráter, que leve a vida a sério, mas saiba não levar a seriedade tão a sério assim! Quero espontaneidade, quero abraços sinceros e beijos com a alma!
Não me importo que ele tenha chulé, ou que cheire mal depois de correr. Não ligo se ele errar vez ou outra. Ou se ele estiver sem dinheiro para sair em um fim de semana. Sei bem que ele vai ter inseguranças e receios, e que vai agir sem coerência de vez em quando. Não quero entender tudo que ele fizer, só quero poder confiar.
Só quero poder confiar. Tem um amigo meu que diz que eu sou impossível, inatingível. Não. Sou como vc. Só não admito mais sofrer à toa. Não tenho medo de sofrer, não tenho medo que doa. Mas à toa, não mais. É só isso. Em um mundo de lobos em pele de cordeiros, sou um cordeirinho esfarrapado e sujo, que já tentou mas nasceu sem vocação pra lobo. à espreita, à espera da certeza de aparecer alguém em quem confiar.
Eu não sou a princesa ideal, e to bem longe de ser perfeita. Só quero um desencantado da mesma espécie de loucos que eu.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Espontâneo

Esquece tudo! Vc tem mágoas, e dores, e choros guardados? E quem não tem?
Vc tem medos, e receios, e vergonhas? E quem não tem?
Acho que a gente se importa demais. Leve a vida a sério, só temos uma. Mas não leve a vida tão a sério assim!
Ah vai, quem se importa? Vc é o que quiser ser, aproveite! Você tem a vida nas mãos, e pode escolher ir para qualquer lugar!
Não se limite, não se restrinja. Faça o que tiver vontade de fazer, seja lá o que fôr! Mas saiba que tudo que fizer te trará conseqüências.
Não tenha medo de gostar, não limite teu gostar ao outro! Ame sem limites, escolha algo que te fascine e se lance a isso por completo! Não há nada melhor do que fazer o que sempre se quis.
Seja menos carrancudo e feio. Seja mais espontâneo! Mais sincero, mais você.
Não há nada mais fascinante no mundo do que o ser humano. Pena que a maioria deles se limite tanto.

Com o que vc se importa?

Com o que você se importa? Andei reparando que me importo com bem poucas coisas na vida. O grupo de assuntos que me interessam está cada vez mais seleto. (vai ver é por isso que falo cada vez menos.)
Não me importo se vc errou ou não, isso não altera em nada eu gostar ou não de você. Minha vida não pára mais por qualquer decepção adolescente, meu mundo não cai mais se ele não me procurar. Os "nãos" são menos vinculantes, infelizmente os "sims" também. E os silêncios podem ser mto mais significativos. Já aprendi que nem sempre se quer dizer o que se diz, e quem bem raro se cumpre o que se promete. Já me acostumei ao fato de que todos são inevitavelmente egoístas, e o que me surpreende e alegra é alguém que lute contra isso.
Já não espero ad eternum, já não tenho muitas ilusões. As luzes da noite e suas delícias já não me chamam tanta atenção. Os beijos que aprecio são tão restritos. Já não ligo mto pra o que vão dizer ou pensar. Já não me incomodo tanto com a sua visão de mim. Já não quero entrar para a história, já não quero ser querida por todos. Já não espero o príncipe perfeito. Já me acostumei que erramos, e que somos feios, muito feios, de um jeito ou de outro. Mas que também somos lindos, lindíssimos nas melhores manhãs de sol.
Não faço questão de que todos me olhem quando eu entrar. Tenho gostado mais dos cantos e das pessoas que gostam dos cantos. As estrelinhas costumam ser chatas e ocas. Já não imploro atenção, descobri que não preciso disso. E descobri que consigo superar mais obstáculos do que imaginei. Já não tenho mais tanto medo da dor.
Mas não ache que parei de sentir, de sonhar, de querer. Talvez os faça mais do que nunca! Mas de forma mais concentrada e adulta dessa vez. Já não tenho mais a beleza infantil e alegre dos meus 16, 17 anos. Já não me importo mais. Mas tenho guardado bem a minha indignação, dessa cuido bem.
Comigo, carrego sempre algumas pessoas por quem eu daria a vida. Carrego alguns ideiais e princípios dos quais não abro. A minha fé em Deus, claro. E algumas esperanças malucas que só eu conservo. Acho que é com isso que tenho me importado.

domingo, 7 de setembro de 2008

Ilimitado

Sentir, em si, já é algo complicado. Há diversidades de sentimentos em mim, neste e em qualquer momento. Muitas vezes até sentimentos opostos: posso estar feliz por um lado e triste por outro. Posso admirar alguém por um motivo e desprezá-lo por outro. Posso sorrir de tristeza e chorar de alegria. Sentir junto, então, meu Deus! Relacionar, interagir? Complicadíssimo. Cada relação entre pessoas é única e escapa a classificações. (e isso que há de mais belo no mundo: a riqueza e complexidade da diferença)
Mãe, pai, irmão, amigo, namorado, colega, companheiro... criamos certas categorias e procuramos encaixar as pessoas nelas. Eu pessoalmente nunca me habituei a isso. Minha mãe é minha irmã e minha amiga, eu sou mãe da minha irmã, sou irmã das minhas amigas, e por aí vai. Nunca consegui rotular bem alguém importante para mim. Um namorado que se vá, pode até deixar de ser namorado, mas deixou então de ser importante? A importância está no rótulo que se tem?
Se um dia eu deixar de cuidar da minha irmã, deixei de ser especial para ela? Não me faz muito sentido. Um amigo pode ser muito mais namorado do que um namorado mesmo. Um amigo pode ser muito mais irmão que um irmão. É tudo muito relativo, relações escapam a rótulos. Rotular é limitar. Eu gosto de você, e pronto. A forma pode até mudar, mas não muda o fato de eu gostar.
Eu não preciso de que você ocupe um cargo na minha vida para gostar de você. Eu gosto de você, e aí então você ocupa alguns cargos ou não. Ao classificar, restringimos. E é isso que tenho buscado combater: essas formas e moldes previamente fixados. A beleza do homem está justamente no contrário: em escapar a qualquer classificação!

sábado, 6 de setembro de 2008

Sei que não sei



O ser humano é engraçado. Sempre corremos atrás do que queremos e em geral buscamos primordialmente nossos próprios interesses. Eles são sempre mto mais importantes do que o resto do mundo. É curioso observar como um impulso tão forte pode estar tão errado.
Sabe porquê? É que raramente sabemos o que é de fato melhor para nós. Achamos sempre que sabemos, mas é raro acertarmos. Sobre o que estou falando? Vc já quis mto alguma coisa, lutou por ela, e quando conseguiu, viu que não era aquilo que vc sonhou? Vc já se esforçou mto para conquistar alguém que quando viu, era um idiota? O ser humano não sabe, de fato, o que é melhor para si. E tem essa mania irritante de achar que sabe.
O povo alemão achou que sabia o melhor ao fazer ao entregar os vizinhos judeus ao Fürer. Os portugueses achavam que sabiam o melhor a fazer ao impôr aos indígenas sua cultura. A Inquisição achou que sabia ao queimar na fogueira milhares de inocentes. Os judeus achavam que sabiam ao soltar Barrabás ao invés de Jesus. E você certamente pode completar com um exemplo da sua vida. Eu mesma tenho vários. É estranho pensar nisso, mas é verdade.
Ontem a noite comecei a gargalhar quando fui fazer meus pedidos habituais a Deus. É que ultimamente Ele me mostrou isso: que eu quis, quis, pq quis! E então ele mostrou que eu não ia querer bem aquilo bem naquela hora. E então eu comecei a rir, da fragilidade da minha convicção. Eu não sei o que é melhor para mim. E me desesperaria em outras ocasiões. Mas descanso: entrego nas mãos Dele, e confio, e espero. Porque aí sim, terei a certeza de que o melhor está por vir. Não o meu melhor. O melhor de Deus.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Espelho meu


Escrevo porque preciso, porque me organizo, me pinto, me retrato, me defino. Escrevo para pôr a mente no lugar, escrevo para me recriar. Não peço que você acredite em tudo que estiver aqui. Nem que leve tudo a sério. Aliás, leve tudo bem menos a sério. Porque afinal, por mais que eu me comprometa a dizer a verdade de forma nua, quem ousaria dizer que consigo? Se aqui sou eu por eu mesma, claro que serei uma eu diferente da que você vê. A gente nunca consegue ser imparcial quando pensamos sobre nós mesmos. Mas não é o que se espera?
São só visões diferentes. E nenhuma delas se pode afirmar certa ou errada. A vida não é tão preta no branco como a gente gostaria que fosse. Não sei você, mas eu adoro os pontos de vista diferentes. Adoro ouvir a mesma história várias vezes, contada por pessoas diversas, pq na verdade a história nunca é a mesma. Gosto dos diferentes lados da questão, de pensar e depois pensar ao contrário do que penso, de observar as nuances e variações. Até tomar uma posição concreta. (eu faço Direito oras! O que seria de mims e não gostasse do conflito?)
Por isso esse título. Não só as minhas idéias, as idéias que eu acho que deveria ter, as que queria ter, as que não entendo, as que eu admiro, as que me surpreendem. Uma vez um homem horrível me falou uma coisa inteligente: não é o trabalho que nos leva pra frente. São as idéias, filiadas ao trabalho. Então é isso, meu mundo particular, meu subjetivo pessoal. Minhas incoerências e desajustes, de presente para qualquer um que quiser.