sábado, 13 de junho de 2009

Incesto

Se você crê em Deus
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto
Sou igual a você
Eu nasci pra você
Eu não presto
Eu não presto

Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus

Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agraceça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece

domingo, 31 de maio de 2009

O que obviamente não presta... (1)

... sempre me interessou mto! =D

E se eu resolver achar diferente?
E se eu decidir que não penso igual à minha mãe e minha avó?
E se eu resolver escolher meus amigos pelo olhar e não pela aparência?
E se eu decidir falar com estranhos, contrariando as recomendações de mamãe?
E se eu resolver parar no meio da noite para falar com a Jose, minha amiga mendiga que mora ali na esquina? E se eu continuar andando e cumprimentar um amigo que eu sei que usa drogas?
E se eu achar graça da bebedice alheia?
E se eu achar um xingamento engraçado e um elogio falso?
E se eu gritar e correr pela rua no meio da madrugada?
E se eu decidir puxar assunto com alguém que nunca vi na vida?
E se eu dançar até o chão?
E se eu resolver transar com quem achar que devo?
E se eu ficar amiga de um nítido cafajeste?
E se eu resolver que faço da vida... o que EU quiser fazer e não o que me mandaram fazer?
E se eu resolver ponderar ao invés de obedecer?
E se eu resolver pensar ao invés de aceitar?
E se eu ousar questionar ao invés de cumprir?

Quem vai me chamar de promíscua ou escandalosa? Será que alguém pode dizer que não se orgulha de mim só pq eu decidi ser feliz de um jeito que não é o que esperavam de mim?
Eu não estou em crise de revolta adolescente e acho lindo como minha avózinha é conservadora como ela só. E acho fofo como minha mãe tenta ser moderninha e atual. Só o que eu quero dizer é que os tempos mudam, e também os relacionamentos, também os costumes, os gostos... Não que eu tenha esquecido meus princípios. Tradicionalzinha de nascença eu não podia fazer isso jamais. Só que a tradicionalzinha resolver inventar uma nova tradição: que as minhas escolhas sejam minhas. E que se eu errar, que sejam meus erros, e não os erros que alguém me induziu a cometer. E se eu quebrar a cara, que seja por burrice minha, e não de mais ninguém!
Só o que eu quero dizer é que não se pode fechar a cabeça, não se pode deixar de escutar com atenção uma opinião divergente. Uma discussão bem fundamentada é coisa linda de se ver. Então, abra a cabeça, pode ser que o errado na história seja mesmo você. Ou pior: pode ser que não haja errado nem certo, como acontece na maior parte das vezes.
Só quero dizer que não se deve condenar o que é diferente. Porque, se é diferente, como vc acha que pode julgar? Toda unanimidade é burra. Ouse rever seus conceitos, vc não vai perder nada com isso. Nem precisa me contar que andou considerando um argumento contrário ao seu. Mas considere uma opinião distinta. Veja por outro lado, enxergue com os olhos de outra pessoa.
Abra a cabeça irmão, há tantos lados de uma mesma moeda!
Eu sou diferente, eu sou contraditória, eu sou previsível e imprevisível. Eu sou um doce e eu sou uma égua. Eu sou tradicional e sou ultra moderna. Eu sou burra feito uma porta mas eu sou esperta que só vendo. E apesar disso tudo, sei mto bem quem eu sou ou deixo de ser.
Não condene, você será condenado com a mesma rigidez com que condena os outros. Ok?! Fora isso, vida que segue gloriosa. ;P

domingo, 24 de maio de 2009

Morro de medo

Eu desde pequena nunca fui muito de ter medo das coisas. Eu ando sozinha de madrugada, eu já subi morro, eu moro na Tijuca, essas coisas que todo mundo morre de medo de fazer normalmente.
Mas se tem uma coisa que me assusta no mundo, sou eu mesma. Hoje me olhei no espelho e morri de medo do que eu vi. Não, sem crise existencial e sem baixa-estima, não é disso que estou falando.
Estou a dizer sobre um olharzinho besta, um pouco cruel até, de quem está disposta a fazer tudo de novo, com o maior prazer. É desse olhar travesso que eu tenho pavor.
Porquê?! Oras, porque é esse olhar que me mete nas piores encrencas. Um olhar que susurra, soridente, "porque não?!" para tudo de perigoso e misterioso que encontra pelo caminho.
Mania besta de se arriscar a fazer o que os outros não fazem, a acreditar no que ninguém acredita! Eu tenho disso. Eu acredito em quem não se deve, eu aposto no que os outros duvidam, eu mergulho de cabeça quando eu sinto que vale a pena. Nãotenho certeza se errei muito ou se na verdade só não vivi o bastante para ver que acertei.
O que eu sei é que eu choro, me descabelo, perco a fome e páro o mundo quando vejo que quebrei a cara. E eu morro de medo disso voltar a acontecer. Mas eu tenho um medo maior ainda quando isso passa e volta em mim aquele mesmo olhar de quem está disposta a errar tudo outra vez, porque convenhamos que foram erros deliciosos... E eu acho, na verdade, nesse medo que me dá algo de delicioso também, é u m ceto pressentimento de que algo grande está por vir entende? Aquilo que você sente quando sabe que alguém importante está chegando na sua casa...
E eu não entendo bem esse meu prazer intímo do perigo e do mistério, e para ser sincera eu nem faço lá grande questão de entender... É só que o que é óbvio não é interessante, o que é e pronto não desperta nada de mais.
Eu gosto das nuances, das variações, gosto de como fica com uma luz diferente, gosto desse lado e do lado do avesso! Dá pra entender ou é aleatório demais?!
Não que me importe muito explicar, eu não tenho a pretensão de ser entendida. Quero que você sinta um pouco do mesmo que eu. E se fôr aleatório demais a gente ri, apaga e faz de novo, não tem problema nenhum.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Ensaio de discurso

Eu venho propôr uma espécie de brinde, que não pode ser brega nem demorado, se não eu apanho depois.
Fiquei pensando muito sobre o que falar. Pensei em contar um pouco da história deles, de como se conheceram, de como eu vi a história se desenrolar até chegar onde estamos hoje. Daí achei melhor falar do futuro e de toda felicidade que os espera.
Mas então eu reparei que na verdade não preciso falar nada disso. Basta olhar para a alegria estampada nos rostos deles. Basta observar o jeito como se olham, a sinceridade do sorriso, basta notar o cuidado com que planejaram cada detalhe dessa tão esperada festa. E observando isso, a gente repara que ainda é possível acreditar no amor, e que o "felizes para sempre" pode ser real.
É, amiga, chegou o dia. Eu ainda mal posso acreditar. Mas vocês se casaram, e os dois são agora UM. A tão sonhada e planejada data enfim chegou. O que desejamos é que estejam sempre juntos, que nada atrapalhe esse amor que hoje nos contagia e nos faz festejar. Que o Senhor Deus os guie e os abençoe sempre. E que sejam enfim muito felizes, porque a gente sabe que vocês merecem. Aos noivos!

Alma lavada

Alma devidamente lavada.
Depois de uma semana de tirar o fôlego, nada como um fim de semana desses para renovar as forças. Programinha light na sexta a noite, (ao contrário do costume) noite toda rindo e brincando com os velhosvelhosvelhos amigos, relembrando nossa já distante infância e adolescência. Nossas burrices, nossas mancadas, nossas tiradas sensacionais. Enfim. Depois, praia com as meninas para tirar o mofo e relaxar a mente. Hoje fez um sol de rachar, Ipanema posto 9 obviamente lotado, a água abençoadamente azulzinha, só de presente pra gente.
Logo em seguida, festinha para dançar até cansar e dar calo nos pés. E então, proposta sutil de paz entre irmãos que não se falavam há tempos.
E ainda não acabou. Amanhã, casamento de uma grande amiga minha. Eu de madrinha. Certamente chorarei. E tenho que arrumar um discurso também.
Amigos, jogo de tabuleiro, praia, amigos, dança, docinho, casamento. Eu sei que eu estou de alma lavada, e quase pronta para começar tudo de novo na segunda, acho que faltam só umas 24 horas de sono e eu tô nova de novo. Adoro janeiro.
É Deus, o que seria de mim sem meus amigos!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A beleza da diferença


O que te faz gostar de alguém?
A beleza, o dinheiro, a popularidade, a posição que ocupa?
Talvez a estranha seja eu, mas não costumo gostar das pessoas por isso.
Não raro gosto daquele que ninguém mais gosta, e fico amiga daquele com quem ninguém fala.
Gosto de alguém por aquilo que o individualiza. Gosto por aquilo que o torna único. Aquilo que ele tem que ninguém mais tem. O que chama sua atenção?
Tem um amigo meu que me chama a atenção pelo jeito que joga a cabeça para trás, despreocupado, quando ri. E pelo jeito que me olha e me entende msm sem palavras. Tem outro que eu gosto pelo jeito que me dá fora com o maior carinho do mundo, e por sempre me dizer não querendo dizer sim. Outro, pelo esforço e garra na vida. Tem um que eu gosto pelo sorriso sincero e apertão na bochecha sempre que me vê. Tem uma amiga que eu gosto pq é tão má quanto eu. Tem outra que eu gosto pq faz questão de não ser simpática com quem não merece. Ainda outra, que gosto pq não tem compromisso ético com ninguém. Outra, pelo equilíbrio natural que só encontro nela.
Não faço muita questão de simpatia ou beleza ou dinheiro. Tento ver a beleza da diferença. A beleza que cada um necessariamente tem. Não quero gente previsível e no padrão. Quero mais que isso. Quero gente que não anda na linha: que traça sua própria linha. Gosto de gente espontânea, que não hesita em aproveitar a vida: por mais louco que isso às vezes possa parecer.

Perder

Perder alguma coisa que nos é muito querida normalmente dói. As pessoas não querem perder, querem ganhar! Mas mal sabem que uma coisa implica na outra...
Deixar de ter um hábito, uma opinião, algum objeto que lembre uma época, até mesmo perder alg uém... Dói. Mas toda dor tem seu quê de benefício. Vez ou outra a gente tem que deixar de lado algumas coisas se quer alcançar outras.
Doeu muito perder meu mundinho fechado de colégio, perder o contato diário com meus amigos de anos. Doeu perder um namorado, doeu perder um emprego.
Mas se eu ainda estivesse no colégio, não poderia estar adorando a faculdade como estou. Se ainda falasse só com meus amigos queridos de anos, não teria conhecido meu novos amigos que tambpem tanto amo. Se ainda tivesse o namorado, não teria oportunidade de conhecer outro. Se não tivesse perdido um emprego, não teria o meu atual, que tanto aprecio.
Perder dói. Mas às vezes pode ser útil. Não que eu queira perder: se eu pudesse ganharia sempre. Mas faz parte, é necessário de vez em quando.
Nao pergunte porquê. Pergunte para quê. Talvez isso te faça pensar um pouco melhor.