domingo, 24 de maio de 2009

Morro de medo

Eu desde pequena nunca fui muito de ter medo das coisas. Eu ando sozinha de madrugada, eu já subi morro, eu moro na Tijuca, essas coisas que todo mundo morre de medo de fazer normalmente.
Mas se tem uma coisa que me assusta no mundo, sou eu mesma. Hoje me olhei no espelho e morri de medo do que eu vi. Não, sem crise existencial e sem baixa-estima, não é disso que estou falando.
Estou a dizer sobre um olharzinho besta, um pouco cruel até, de quem está disposta a fazer tudo de novo, com o maior prazer. É desse olhar travesso que eu tenho pavor.
Porquê?! Oras, porque é esse olhar que me mete nas piores encrencas. Um olhar que susurra, soridente, "porque não?!" para tudo de perigoso e misterioso que encontra pelo caminho.
Mania besta de se arriscar a fazer o que os outros não fazem, a acreditar no que ninguém acredita! Eu tenho disso. Eu acredito em quem não se deve, eu aposto no que os outros duvidam, eu mergulho de cabeça quando eu sinto que vale a pena. Nãotenho certeza se errei muito ou se na verdade só não vivi o bastante para ver que acertei.
O que eu sei é que eu choro, me descabelo, perco a fome e páro o mundo quando vejo que quebrei a cara. E eu morro de medo disso voltar a acontecer. Mas eu tenho um medo maior ainda quando isso passa e volta em mim aquele mesmo olhar de quem está disposta a errar tudo outra vez, porque convenhamos que foram erros deliciosos... E eu acho, na verdade, nesse medo que me dá algo de delicioso também, é u m ceto pressentimento de que algo grande está por vir entende? Aquilo que você sente quando sabe que alguém importante está chegando na sua casa...
E eu não entendo bem esse meu prazer intímo do perigo e do mistério, e para ser sincera eu nem faço lá grande questão de entender... É só que o que é óbvio não é interessante, o que é e pronto não desperta nada de mais.
Eu gosto das nuances, das variações, gosto de como fica com uma luz diferente, gosto desse lado e do lado do avesso! Dá pra entender ou é aleatório demais?!
Não que me importe muito explicar, eu não tenho a pretensão de ser entendida. Quero que você sinta um pouco do mesmo que eu. E se fôr aleatório demais a gente ri, apaga e faz de novo, não tem problema nenhum.

Um comentário:

. Carol disse...

Confesso que olhando por esse lado, também tenho medo de mim e de você !

O aleatório nos atrai, e rimos e ao invés de apagar, nós lembramos e arquivamos .. ahahahaha

Beijos