domingo, 31 de maio de 2009

O que obviamente não presta... (1)

... sempre me interessou mto! =D

E se eu resolver achar diferente?
E se eu decidir que não penso igual à minha mãe e minha avó?
E se eu resolver escolher meus amigos pelo olhar e não pela aparência?
E se eu decidir falar com estranhos, contrariando as recomendações de mamãe?
E se eu resolver parar no meio da noite para falar com a Jose, minha amiga mendiga que mora ali na esquina? E se eu continuar andando e cumprimentar um amigo que eu sei que usa drogas?
E se eu achar graça da bebedice alheia?
E se eu achar um xingamento engraçado e um elogio falso?
E se eu gritar e correr pela rua no meio da madrugada?
E se eu decidir puxar assunto com alguém que nunca vi na vida?
E se eu dançar até o chão?
E se eu resolver transar com quem achar que devo?
E se eu ficar amiga de um nítido cafajeste?
E se eu resolver que faço da vida... o que EU quiser fazer e não o que me mandaram fazer?
E se eu resolver ponderar ao invés de obedecer?
E se eu resolver pensar ao invés de aceitar?
E se eu ousar questionar ao invés de cumprir?

Quem vai me chamar de promíscua ou escandalosa? Será que alguém pode dizer que não se orgulha de mim só pq eu decidi ser feliz de um jeito que não é o que esperavam de mim?
Eu não estou em crise de revolta adolescente e acho lindo como minha avózinha é conservadora como ela só. E acho fofo como minha mãe tenta ser moderninha e atual. Só o que eu quero dizer é que os tempos mudam, e também os relacionamentos, também os costumes, os gostos... Não que eu tenha esquecido meus princípios. Tradicionalzinha de nascença eu não podia fazer isso jamais. Só que a tradicionalzinha resolver inventar uma nova tradição: que as minhas escolhas sejam minhas. E que se eu errar, que sejam meus erros, e não os erros que alguém me induziu a cometer. E se eu quebrar a cara, que seja por burrice minha, e não de mais ninguém!
Só o que eu quero dizer é que não se pode fechar a cabeça, não se pode deixar de escutar com atenção uma opinião divergente. Uma discussão bem fundamentada é coisa linda de se ver. Então, abra a cabeça, pode ser que o errado na história seja mesmo você. Ou pior: pode ser que não haja errado nem certo, como acontece na maior parte das vezes.
Só quero dizer que não se deve condenar o que é diferente. Porque, se é diferente, como vc acha que pode julgar? Toda unanimidade é burra. Ouse rever seus conceitos, vc não vai perder nada com isso. Nem precisa me contar que andou considerando um argumento contrário ao seu. Mas considere uma opinião distinta. Veja por outro lado, enxergue com os olhos de outra pessoa.
Abra a cabeça irmão, há tantos lados de uma mesma moeda!
Eu sou diferente, eu sou contraditória, eu sou previsível e imprevisível. Eu sou um doce e eu sou uma égua. Eu sou tradicional e sou ultra moderna. Eu sou burra feito uma porta mas eu sou esperta que só vendo. E apesar disso tudo, sei mto bem quem eu sou ou deixo de ser.
Não condene, você será condenado com a mesma rigidez com que condena os outros. Ok?! Fora isso, vida que segue gloriosa. ;P

domingo, 24 de maio de 2009

Morro de medo

Eu desde pequena nunca fui muito de ter medo das coisas. Eu ando sozinha de madrugada, eu já subi morro, eu moro na Tijuca, essas coisas que todo mundo morre de medo de fazer normalmente.
Mas se tem uma coisa que me assusta no mundo, sou eu mesma. Hoje me olhei no espelho e morri de medo do que eu vi. Não, sem crise existencial e sem baixa-estima, não é disso que estou falando.
Estou a dizer sobre um olharzinho besta, um pouco cruel até, de quem está disposta a fazer tudo de novo, com o maior prazer. É desse olhar travesso que eu tenho pavor.
Porquê?! Oras, porque é esse olhar que me mete nas piores encrencas. Um olhar que susurra, soridente, "porque não?!" para tudo de perigoso e misterioso que encontra pelo caminho.
Mania besta de se arriscar a fazer o que os outros não fazem, a acreditar no que ninguém acredita! Eu tenho disso. Eu acredito em quem não se deve, eu aposto no que os outros duvidam, eu mergulho de cabeça quando eu sinto que vale a pena. Nãotenho certeza se errei muito ou se na verdade só não vivi o bastante para ver que acertei.
O que eu sei é que eu choro, me descabelo, perco a fome e páro o mundo quando vejo que quebrei a cara. E eu morro de medo disso voltar a acontecer. Mas eu tenho um medo maior ainda quando isso passa e volta em mim aquele mesmo olhar de quem está disposta a errar tudo outra vez, porque convenhamos que foram erros deliciosos... E eu acho, na verdade, nesse medo que me dá algo de delicioso também, é u m ceto pressentimento de que algo grande está por vir entende? Aquilo que você sente quando sabe que alguém importante está chegando na sua casa...
E eu não entendo bem esse meu prazer intímo do perigo e do mistério, e para ser sincera eu nem faço lá grande questão de entender... É só que o que é óbvio não é interessante, o que é e pronto não desperta nada de mais.
Eu gosto das nuances, das variações, gosto de como fica com uma luz diferente, gosto desse lado e do lado do avesso! Dá pra entender ou é aleatório demais?!
Não que me importe muito explicar, eu não tenho a pretensão de ser entendida. Quero que você sinta um pouco do mesmo que eu. E se fôr aleatório demais a gente ri, apaga e faz de novo, não tem problema nenhum.